Afinal, guardar dados na Europa não chega. O Cloud Act expõe uma fragilidade crítica: dados guardados em solo europeu continuam vulneráveis a leis externas. Por isso, soluções criadas e controladas na Europa são essenciais para assegurar soberania digital. É aqui que a E-goi, feita em Portugal e 100% em conformidade legal, faz a diferença.
Vi hoje uma notícia na Forbes que devia fazer soar alarmes em qualquer empresa que opere na Europa. Em plena audiência no Senado francês, um representante da Microsoft foi questionado: “Pode garantir que os dados de cidadãos europeus nunca serão acedidos por autoridades norte-americanas sem autorização local?” A resposta foi direta: “Não posso garantir isso”.
Mesmo assegurando que nunca aconteceu até hoje, a verdade é que este simples “não posso garantir” abre uma fissura enorme no conceito de confiança digital. Porque confiança não é sobre o que aconteceu no passado. É sobre o que pode acontecer amanhã.
E aqui entra um insight essencial:
- Residência de dados é apenas o local físico onde a informação é armazenada.
- Soberania de dados é muito mais: significa que os dados estão sujeitos apenas às leis e autoridades do país ou região onde residem.
Para as empresas europeias, isto muda o jogo. Já não basta dizer “os seus dados estão na Europa”. É preciso garantir que não existe uma porta de entrada remota para jurisdições externas.
É aqui entra o Cloud Act, a lei americana que permite às autoridades dos EUA aceder a dados armazenados por qualquer empresa norte-americana, independentemente do país onde esses dados residem. Isto significa que, se uma entidade pública dos EUA solicitar acesso, empresas como a Microsoft, a Adobe, a Salesforce ou a Oracle são legalmente obrigadas a entregar informação privada de cidadãos e organizações europeias, mesmo que esses dados estejam alojados em servidores dentro da União Europeia. Este é o verdadeiro choque de realidade: não se trata de um risco distante ou teórico, mas de uma vulnerabilidade legal que deixa claro que os dados europeus, quando guardados em tecnologia americana, nunca estão verdadeiramente seguros.
Outro ponto interessante é o impacto competitivo. Se a confiança é o novo diferencial, então soluções tecnológicas desenvolvidas e controladas na Europa ganham uma vantagem clara face a gigantes globais. Não só pela conformidade legal, mas porque passam a refletir valores europeus de privacidade, ética e autonomia digital.
Estamos já a ver uma mudança: “We’re already seeing a shift towards building homegrown solutions that support true data sovereignty rather than data residency.”
Na E-goi, vemos isso todos os dias. Os clientes perguntam, querem clareza, querem garantias. E, cada vez mais, escolhem fornecedores que conseguem dar respostas sólidas.
Talvez este seja o início de um verdadeiro movimento europeu de independência tecnológica. E a pergunta que deixo é: estaremos preparados para agarrar esta oportunidade e transformar a soberania de dados em motor de inovação?