Este artigo partilha de forma prática a experiência pessoal da utilização do GPT para tratar dados no Excel e mostra como a Inteligência Artificial pode ser uma aliada para economizar horas de trabalho.
Quem trabalha com Marketing ou com CRM em algum momento já teve que importar dados a partir de um Excel / Sheets (ou similar), e é aqui que o GPT e a Inteligência Artificial podem fazer toda a diferença.
Seja para enviar valores de conversão manualmente para o Google Ads, para importar contatos gerados em um evento físico ou mesmo para sincronizar contatos gerados em um software externo como WordPress ou um Gestor de Landing Pages.
Aqui na E-goi, participamos em dezenas de eventos, fazemos centenas de ações de Co-Marketing com vários parceiros, e com o GPT e a Inteligência Artificial, temos conseguido otimizar significativamente o processo de importação de leads
Por isso, neste artigo, irei explorar como o GPT e a Inteligência Artificial podem revolucionar o seu trabalho com Excel, economizando horas preciosas em tarefas de tratamento de dados.
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Recebeu um arquivo com dados sem formatação? Bem-vindo ao clube!
O pão nosso de cada dia é fazer aqueles tratamentos mais básicos como nomes sem um padrão: “MARCELO” ou MarceLO caruana”, datas que não estão no formato correto para importação, ou números de telefones que vem com todos os tipos de caracteres como “+55 (11) 9999-8888”.
Mas o meu maior pesadelo é quando recebemos arquivos em que as respostas são em “campos abertos” e temos que mapear com “campos fechados” e de múltipla escolha como nesse exemplo abaixo:
Do meu lado tenho um campo com o “Cargo” do inscrito, que é um campo de múltipla escolha e que uma das opções é “CEO / Proprietário”. Mas no arquivo que recebi, o campo de cargo era aberto e por isso recebemos coisas como “socio”, “Sócia”, “Founder”, “Dono”, “proprietária”, e por aí vai.
Se há algo que aprendi nesses muitos anos de trabalho com geração de leads, é que a criatividade de quem preenche os dados é proporcional ao tempo que vamos demorar para tratar dos mesmos 🙂
E se não bastasse a questão da formatação e do mapeamento, surgem depois outras dores como “remover duplicados”, endereços de e-mail mal escritos (ex. gamil ou invés de gmail), endereços de sites com parâmetros (ex. www.e-goi.com/pt/?UTM_Source=blablabla) ou que não são websites (contém “@”, não tem “.”), etc.
Posso usar a Inteligência Artificial para ajudar nesse tratamento?
Claro que sim! Essa é a magia do IA (nesse caso o GPT-0) que aprende rapidamente o que pretendemos e “guarda” essa configuração para usar no futuro.
Abri uma nova “conversa” com o meu Brow GPT e fui a explicar, detalhadamente, cada uma das regras que pretendia para cada uma das colunas, tirando total proveito da Inteligência Artificial. Segue a conversa:
“Vou importar um arquivo de Excel e quero que leia o seu conteúdo e aplique as regras que irei explicar mais abaixo. Para já não faça nada, apenas aprenda as regras.”
A seguir, comecei a explicar cada uma das regras, com algo como:
1. “Na coluna “nome”, formatar os valores para ter apenas a primeira letra de cada palavra em maiúsculas e as demais em minúsculas.”
2. “No campo telefone, sempre que encontrar “espaço vazio” ou caracteres como “)” ou “(“ ou “-”, remover. Se no campo “país” contém o valor “Brasil” E o número de telefone não começa com “+55”, adicionar no início do telefone o valor “55-”. Usar a mesma lógica para os outros países.”
No caso dos campos de múltipla escolha, eu indiquei o nome do campo, os IDs de cada opção do campo e o seu significado. Por exemplo, no campo do “número de funcionários”, eu expliquei ao GPT quais os meus intervalos e pedi-lhe para ler os valores que existiam na coluna de “número de funcionários” do Excel que recebi e fazer a compatibilização com os meus intervalos por aproximação.
Tal como faço com os meus filhos, sempre que tenho alguma dúvida se o GPT entendeu bem o que eu quis dizer, eu peço para repetir e explicar como chegou na resposta. 😉
Após gerar 16 arquivos onde sempre encontrava um ponto de melhoria, cheguei a um resultado aceitável ao qual pedi para o GPT chamar “formatação do Rocky Balboa” (em homenagem à quem apanha, mas não desiste) 🙂
Agora basta fazer upload do arquivo para a conversa com o GPT, pedir para fazer a “Formatação do Rocky Balboa” e Voilà!
Como ele não “leva” o histórico de uma conversa para outra, há 2 formas de usar esse recurso:
- Colocar o arquivo sempre na mesma conversa com o GPT
- Pedir para ele gerar o script com todas as regras para usar numa nova conversa, e depois é “copiar” e “colar”
A ideia é boa, mas é seguro importar para o GPT dados pessoais?
Enviar dados pessoais para um software externo em que não temos certeza de como usam os dados nunca é uma boa ideia. Por isso sugiro 2 caminhos e você escolhe o que achar melhor:
1. Desabilitar a opção no GPT de usar os dados introduzidos para treinar o AI, aumentando a privacidade dos dados
2. Pedir para ele gerar um script com todas as regras definidas para usar localmente no seu Excel ou em outra linguagem que preferir:
Agora que já tem a base, é começar a treinar o seu “Balboa” com as suas próprias regras!
E como chegamos ao fim, surge a tão esperada pergunta:
Marcelão, posso confiar no resultado?
Depende! Se você é da equipa do “feito é melhor do que perfeito” diria que sim. O resultado é bastante aceitável e se eu perdesse mais alguns minutos a afinar as regras, ficaria ainda mais apurado.
Mas se está à espera de perfeição e de uma solução sem qualquer intervenção humana, eu diria que é melhor controlar as expectativas, porque considerando o que tenho visto nos arquivos que recebo, a Inteligência Artificial ainda não está pronta para a criatividade dos humanos que preenchem formulários!
Espero que essa dica seja útil e que possa usar esse tempo poupado em ações mais úteis
para o seu trabalho ou mesmo para estar mais disponível para a sua família e amigos, porque no final do dia, é isso o que mais importa 🙂
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