Estratégias de Marketing

Experiência do Usuário Além do Digital: Dia a Dia Acessível

23 outubro, 2024 |

Este artigo explora como a Experiência do Usuário (UX) se estende além do mundo digital, impactando o dia a dia. A partir de experiências pessoais e exemplos práticos, discute a importância da acessibilidade em espaços físicos e serviços, oferecendo insights sobre como melhorar a UX no cotidiano.

A experiência do usuário (UX) é cada vez mais essencial, tanto no mundo digital quanto no cotidiano, impactando diretamente a satisfação e a percepção de qualidade.

No ambiente digital, como em sites ou apps, uma boa UX garante que o usuário consiga navegar de forma intuitiva, rápida e eficiente, encontrando o que precisa sem frustrações.

Da mesma forma, no dia a dia, como ao ir a uma consulta médica, a experiência do usuário também é fundamental.

Um atendimento bem organizado, com explicações claras e um ambiente acolhedor pode fazer com que o paciente se sinta mais confortável e bem cuidado, o que é essencial para o seu bem-estar emocional e físico.

Esperas longas ou falta de informações, por outro lado, podem gerar ansiedade e insatisfação.

Por isso, neste artigo quero propor uma reflexão de como a experiência do usuário pode ir além do digital e tornar o dia a dia mais acessível.

Espero que aproveite os insights 🙂

Experiência do Usuário no cotidiano

Hoje, vou falar sobre a minha experiência pessoal em uma atividade do dia a dia: ir ao médico.

Há um tempo, fui a algumas consultas de oftalmologia em um grande hospital público. Foram várias as manhãs que passei naquela sala de espera e, apesar de não ter a visão mais perfeita do mundo — motivo das minhas consultas —, consegui observar algo que me incomoda até hoje: a idade média dos pacientes girava em torno de 70 anos, e TODOS tinham dificuldade em encontrar o número da sua sala.

Era de se esperar que o serviço de oftalmologia de um hospital tivesse uma sinalização extremamente fácil de entender. No entanto, a UX designer que vive em mim só encontrou problemas:

  • Primeiro: A sinalização nas paredes é minúscula! E parece óbvio mencionar isso, mas lembremos que estamos em um serviço de oftalmologia, ou seja, por definição, os pacientes têm problemas de visão.
  • Segundo: A coluna de onde sai o nome do próximo paciente faz a gente se sentir no fundo de um poço, com tampões nos ouvidos, porque é praticamente impossível entender o que é dito.
  • Terceiro: As salas de espera estão distribuídas em vários corredores.

Um exemplo prático da Experiência do Usuário

Agora vamos imaginar que somos Maria Luísa, temos 70 anos e estamos naquela sala esperando ouvir o nosso nome.

Descobrimos recentemente que temos catarata, então nossa visão não é das melhores, e já temos alguma dificuldade para diferenciar os números e as setas minúsculas nas paredes.

Ultimamente, também percebemos que nossa audição não é a mesma de 10 anos atrás, então ficamos o mais atentos possível para ouvir “Maria Luísa, sala xpto”, mas ficamos ansiosos ao notar que é difícil entender os nomes chamados.

Chamaram o nosso nome, mas não ouvimos. Uma auxiliar veio à sala de espera nos procurar. Agora só falta encontrar a sala 905, mas não conseguimos ler as placas…

Alguém notou que estamos perdidos e indicou que era pelo corredor à esquerda. Seguimos e chegamos a um hall com cinco salas.

Ainda não conseguimos ler as placas, mas há uma porta semiaberta — será essa a nossa sala? Batemos, na dúvida. Finalmente, chegamos à nossa consulta.

Se já estávamos tensos por ir ao médico (admitamos – uma visita ao médico não é o plano mais empolgante do mundo), depois de todo esse processo ainda antes da consulta, ficamos mais ansiosos. Nos sentimos confusos e perdidos. Se ao menos os números e as setas nas paredes fossem maiores…

No caso da Maria Luísa, a experiência poderia ter sido muito mais positiva se os princípios de acessibilidade e usabilidade estivessem corretamente aplicados.

A acessibilidade garantiria que ela pudesse ver e ouvir as informações necessárias, enquanto a usabilidade tornaria a navegação dentro do hospital mais intuitiva e menos confusa.

Ao combinar esses dois princípios, o hospital proporcionaria uma experiência mais inclusiva e eficiente para todos os seus pacientes, independentemente de suas limitações físicas.

A experiência do usuário é um fator decisivo tanto no mundo digital quanto no cotidiano, seja no design de um site ou no atendimento a pacientes em um hospital. Pensar na experiência do usuário não é apenas uma questão de funcionalidade, mas também de empatia.

Quando criamos serviços que são acessíveis e intuitivos, garantimos que todos, independentemente de suas limitações, se sintam seguros, respeitados e bem cuidados.

Ver a UX como um fator de qualidade e satisfação é um caminho seguro para fidelizar usuários e gerar confiança, seja no digital ou no dia a dia.

Conclusão

Ao refletirmos sobre a experiência da Maria Luísa no hospital, fica claro que a UX vai muito além do mundo digital. É uma ferramenta capaz de tornar o nosso dia a dia mais acessível, confortável e inclusivo.

Imagine como seria diferente se o hospital tivesse aplicado princípios básicos de UX:

  • Sinalização com letras grandes e contrastantes
  • Sistema de som nítido e bem distribuído
  • Layout intuitivo dos corredores e salas

Essas mudanças aparentemente simples poderiam transformar completamente a experiência de Maria Luísa e de tantos outros pacientes.

O que aprendemos com esse exemplo é que a verdadeira essência da UX está na empatia. É sobre nos colocarmos no lugar do outro e pensarmos: “Como posso tornar essa experiência mais fácil e agradável?”

Seja no desenvolvimento de um app ou na organização de um espaço público, essa pergunta deveria ser o ponto de partida de qualquer projeto.

Se deseja descobrir mais sobre experiência do usuário, recomendo um artigo escrito pela minha colega Daiana: UX e UI: entenda a sua importância para o e-commerce.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.