Afinal, guardar dados no Brasil não basta. O Cloud Act expõe uma fragilidade crítica: dados armazenados em solo brasileiro continuam vulneráveis a leis externas. Por isso, soluções criadas e controladas no Brasil são essenciais para assegurar soberania digital. É aqui que a E-goi, 100% em conformidade legal, faz a diferença.
Vi hoje uma notícia na Forbes que deveria acender alertas em qualquer empresa que opere no Brasil. Em uma audiência no Senado francês, um representante da Microsoft foi questionado: “Pode garantir que os dados de cidadãos europeus nunca serão acessados por autoridades norte-americanas sem autorização local?” A resposta foi direta: “Não posso garantir isso”.
Mesmo afirmando que isso nunca ocorreu até hoje, a verdade é que esse simples “não posso garantir” abre uma fissura enorme no conceito de confiança digital. Porque confiança não diz respeito apenas ao que já aconteceu. Trata-se, sobretudo, do que pode acontecer amanhã.
E aqui entra um ponto essencial:
- Residência de dados é apenas o local físico onde a informação está armazenada.
- Soberania de dados é muito mais: significa que os dados estão sujeitos apenas às leis e autoridades do país ou região onde residem.
Para as empresas brasileiras, isso muda completamente o jogo. Já não basta dizer “seus dados estão no Brasil”. É preciso garantir que não existe uma porta de entrada remota para jurisdições externas.
É aqui que entra o Cloud Act, a lei americana que permite às autoridades dos Estados Unidos acessarem dados armazenados por qualquer empresa norte-americana, independentemente do país em que esses dados estejam. Isso significa que, se uma autoridade pública dos EUA solicitar acesso, empresas como Microsoft, Adobe, Salesforce ou Oracle são legalmente obrigadas a entregar informações privadas de cidadãos e organizações brasileiras, mesmo que esses dados estejam hospedados em servidores dentro do Brasil. Este é o verdadeiro choque de realidade: não se trata de um risco distante, mas de uma vulnerabilidade legal que deixa claro que os dados brasileiros, quando armazenados em tecnologia americana, nunca estão realmente seguros.
Outro ponto importante é o impacto competitivo. Se a confiança é o novo diferencial, então soluções tecnológicas desenvolvidas e controladas no Brasil passam a ter uma vantagem clara em relação a gigantes globais. Não apenas pelo cumprimento da LGPD, mas porque refletem valores de privacidade, ética e autonomia digital alinhados ao contexto brasileiro.
Já começamos a ver uma mudança: “We’re already seeing a shift towards building homegrown solutions that support true data sovereignty rather than data residency.”
Na E-goi, vemos isso todos os dias. Os clientes querem clareza, querem garantias. E cada vez mais escolhem fornecedores capazes de oferecer respostas sólidas.
Talvez este seja o início de um movimento autêntico de independência tecnológica no Brasil. E a pergunta que deixo é: estamos preparados para transformar a soberania de dados em motor de inovação?