Tendências e Inovação

Porque é que o SEO já não chega: o que aprendi com o GEO

5 Novembro, 2025 |

Descobre por que o SEO não basta e como o GEO redefine a presença das marcas nas buscas por IA, garantindo mais visibilidade e autoridade.

Nos últimos dias, li um estudo que me deixou a pensar seriamente sobre o futuro do marketing digital. Chama-se “The Complete Guide to Generative Engine Optimization (GEO)” da Peec AI e explica como os motores de pesquisa baseados em IA, como o ChatGPT, Perplexity, Claude ou até o bloco “IA Overview” da Google estão a redefinir a forma como procuramos e encontramos informação.

E a conclusão é simples: o SEO já não chega.

Por isso, decidi partilhar neste artigo os aprendizados que tenho acumulado enquanto gestora de marketing, bem como a forma como tenho adaptado estratégias para esta nova era.

O que mudou no comportamento de pesquisa

Se antes a Google já respondia a muitas pesquisas sem enviar tráfego para os sites, com o “IA Overview”, hoje as ferramentas de IA levam essa tendência ainda mais longe e cada vez menos utilizadores acedem aos websites tradicionais.

No estudo, encontrei dois números interessantes:

  • Atualmente, na Google, cerca de 60% das pesquisas terminam sem clique.
  • Em motores de IA, esse número pode chegar aos 95%.

Ou seja, as pessoas fazem perguntas e recebem as respostas sem nunca visitar um site. Mas isso não significa que o jogo acabou. Significa apenas que a forma de jogar mudou.

O que é, afinal, o GEO?

O Generative Engine Optimization (GEO) é o “SEO da nova era”.

A lógica é simples: se as pessoas não chegam ao seu site diretamente, é preciso garantir que a sua marca é citada ou usada como fonte quando a IA constrói a resposta.

E aqui entra um conceito que achei particularmente interessante no estudo: o RAG (Retrieval- Augmented Generation).

Em termos simples: quando faz uma pergunta ao ChatGPT ou Perplexity, a IA não se limita ao que já sabe. Vai procurar informação em tempo real em websites, redes sociais, bases de dados, wikipedia e depois constrói a resposta.

A questão crítica é: onde está a sua marca quando a IA vai buscar essa informação?

A nova geografia digital: onde tens de estar presente

Enquanto lia o estudo, tirei algumas notas que transformei em conclusões práticas para nós, gestores de marketing:

Plataformas de autoridade

  • Wikipedia (a fonte mais citada pelas IAs)
  • Crunchbase (para informações de empresa)
  • LinkedIn (para expertise profissional)
  • GitHub (para tecnologia)

Comunidades e discussões

  • Reddit (conversas autênticas)
  • Quora (perguntas e respostas especializadas)
  • Stack Overflow (conhecimento técnico)

Plataformas de review e comparação

  • G2, Capterra (software B2B)
  • Trustpilot (reviews de consumidor)
  • Sites de comparison shopping

Media e conteúdo

  • YouTube (conteúdo em vídeo)
  • Medium (artigos de thought leadership)
  • Sites de notícias e blogs especializados

As 4 pilares da estratégia GEO

1. Omnipresença estratégica

Não basta ter um website fantástico ou um artigo do blog mega otimizado para SEO. É preciso de uma presença distribuída e consistente em múltiplas plataformas onde a IA vai buscar informação.

Ação prática: Audita onde a sua marca está mencionada online e identifica gaps críticos.

2. Conteúdo estruturado para máquinas

A IA adora informação bem organizada:

  • FAQs com perguntas reais dos teus clientes
  • Listas numeradas e bullet points
  • Tabelas comparativas
  • Hierarquia clara (H1, H2, H3)
  • Schema markup e dados estruturados

Ação prática: Reescreve os seus conteúdos mais importantes num formato “machine-friendly”.

3. Autoridade, não apenas keywords

O ranking por keywords está a perder relevância. O que importa agora é credibilidade:

  • Backlinks de qualidade (ainda mais importante)
  • Menções em publicações de referência
  • Citações académicas ou científicas
  • Presença ativa em comunidades relevantes

Ação prática: Foca em construir autoridade real no seu sector, não apenas tráfego.

4. Medição da era GEO

O Google Analytics tradicional já não chega. É preciso de:

  • Monitorizar menções: Ferramentas como Brand24 ou Mention
  • Tracking de tráfego AI: Segmentos GA4 para ChatGPT, Perplexity, etc.
  • Citation tracking: Quantas vezes és citado como fonte
  • Brand lift: Reconhecimento de marca vs. tráfego direto

O teste decisivo: pesquisa a tua própria marca

Aqui está um exercício que recomendo vivamente:

  1. Vai ao ChatGPT, Copilot ou Perplexity
  2. Faz perguntas sobre o seu sector/nicho
  3. Vê quantas vezes a sua marca aparece
  4. Analisa que fontes a IA está a usar

Se não apareces nenhuma vez nas primeiras 10 pesquisas relevantes, tem um problema sério.

A oportunidade escondida

Aqui está o que muitos não percebem: menos tráfego pode significar melhor tráfego.

Quando alguém finalmente chega ao seu site através de uma recomendação da IA, essa pessoa:

  • Já tem contexto sobre o que a sua marca faz
  • Foi “pré-qualificada” pela própria IA
  • Chega com uma intenção mais clara

É a diferença entre receber 1000 visitantes aleatórios ou 100 visitantes altamente qualificados.

Conclusão

Depois de ler este estudo, fica claro para mim que, atualmente, quem quer ser referenciado pelas IAs precisa estar sempre presente e ativo onde estas vão buscar informação (redes sociais, sites de comparativos, media digital, sites de reviews, etc).

Se, no passado, o desafio era conseguir estar na primeira página da Google, hoje o desafio é ser a resposta da IA. E sinceramente, vejo aqui uma oportunidade incrível: menos tráfego massivo e disperso, mais visitantes qualificados que chegam até nós com uma intenção clara.

Claro que dá trabalho adaptar estratégias, mas quem começar agora vai ganhar uma vantagem enorme quando esta mudança estiver totalmente implementada.

Já experimentou pesquisar sobre o seu negócio numa IA? Que resultados obteve? Partilhe nos comentários, estou genuinamente curiosa sobre as suas experiências.

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