Já está de telefone ao ouvido e do outro lado atende uma voz cordial… Espere, não fale já! Quais são as perguntas que JAMAIS deve colocar a uma ferramenta de email marketing? Quais farão de si alvo de chacota geral? Contents“Posso comprar a vossa lista de emails? Podem emprestar-ma?”“Posso fazer um disparo de 200 milhões […]
Já está de telefone ao ouvido e do outro lado atende uma voz cordial… Espere, não fale já! Quais são as perguntas que JAMAIS deve colocar a uma ferramenta de email marketing? Quais farão de si alvo de chacota geral?
Contents
- “Posso comprar a vossa lista de emails? Podem emprestar-ma?”
- “Posso fazer um disparo de 200 milhões de emails? Tipo, agora? Por favor?”
- “Exijo que os meus emails entrem no inbox ou quero o meu dinheiro de volta!”
- “Podem dar-me mais 14 dias grátis? Ou um mês inteiro? Ou, vá lá, seis? Só para fazer mais uns testes.”
- “Arranjam-me o número pessoal da linda menina que gere a minha conta?”
“Posso comprar a vossa lista de emails? Podem emprestar-ma?”
Ai, ai, nossa Senhora da Paciência… Vamos lá explicar isto com muita, muita calma. Nun-ca! Com-pre! Lis-tas! Nunca! É que nem pensar nisso. Tire-me já essa péssima ideia da cabeça! Xô, péssima ideia, xô! E fique sempre de pé atrás se alguém lhe tentar vender listas. “M-m-mas porquê?”. Remoções, bounces, spamtraps – o tridente da sua ruína!
É certo e seguro que qualquer lista de emails que lhe impinjam vai estar repleta de: – endereços que nunca deram autorização para receber emails – endereços inválidos e abandonados – uma vontade irrefreável de matar “Matar quem?”. A sua empresa e a sua marca! O Gmail, Hotmail, Yahoo e demais sistemas de correio vão bloquear os seus emails. Apanhará com um bombardeio de queixas de spam. O seu site irá parar direitinho às listas negras.
Há diversas explicações para esta reacção alérgica, mas basta que saiba isto: uma lista de emails comprada aniquilará a sua reputação de envio e manchará a sua marca para sempre! E para cúmulo, pode ter a certeza de que na hora do café da empresa a quem fez tão inocente pergunta o seu nome virá à baila – vergonhosamente. A pergunta a fazer é…
- “Não tenho lista de emails. Como é que posso criar uma e fazê-la crescer?”
Muito bem, agora sim. Há aqui duas palavras-chave a ter em conta: “permissão” e “interesse”.
Comece por manter o seu site actualizado com conteúdo excelente e apelativo que os visitantes adorem e sem o qual não possam passar nem um único dia. Ao mesmo tempo, coloque no site um formulário de inscrição para que as pessoas possam receber as suas novidades por email. Assinale claramente no próprio formulário o tipo de notícias que vai enviar (e com que frequência) e use um sistema de confirmação (double opt-in) para ter a certeza de que quem se inscreve lhe dá autorização para receber os seus emails.
Sim, terá de começar do zero, mas uma casa não se constrói pelo telhado, muito menos com telhas partidas. Nenhum fornecedor de email marketing que se preze lhe vai vender uma lista de emails (ou, ainda pior, a lista de emails dos próprios clientes deles – fuja disso a sete pés!). Outras soluções mágicas (como co-marketing ou bases de dados para alugar) periclitam na corda-bamba da lei e raramente dão os resultados pretendidos. É verdadeiramente fundamental fazer tudo certinho a partir do zero. Estas nossas dicas podem ajudar.
“Posso fazer um disparo de 200 milhões de emails? Tipo, agora? Por favor?”
Olá, daqui é a Terra, aquele planeta longínquo. Temos uma mensagem para si: Você é spammer! Mesmo que não se aperceba disso. É categoricamente impossível que cada uma das pessoas que estão nesses quinquiliões de endereços de email lhe tenham dado autorização para receber comunicações suas. Sobretudo se precisa de fazer o envio agora mesmo. “Mas…” Shhh, tomo a liberdade de lhe desligar a chamada. “Mas amigão, posso pagar, tenho muitos cartões de crédito e posso oferecer até…” Shhh, está quase. *click* A pergunta a fazer é…
- “Tenho uma lista com 200 milhões de emails. O que posso fazer para seguir as boas práticas?”
Assim está bem melhor. Dificilmente conseguirá evitar o olhar de soslaio dos fornecedores de email marketing, mas a maioria deles deve pelo menos estar disposta a ajudar. Dependendo da forma como obteve esses emails (por favor, diga-me que não os comprou!), o próprio fornecedor ou um serviço de limpeza externo pode analisar a sua lista, remover os duplicados e purgar os endereços inválidos e inexistentes.
Não se esqueça de que esta limpeza vai provavelmente fazer minguar a sua colossal base de dados a uns poucos milhares de endereços, mas ao menos agora pode valorizá-los da melhor forma. Prepare cuidadosamente um email para recuperar estes subscritores (pois já não devem ter notícias suas há muito tempo) e vá depois ganhando paulatinamente a confiança e interesse deles, através do envio de mensagens que lhes sejam relevantes, apelativas e que adorem receber directamente no inbox. E olha, nem de propósito…
“Exijo que os meus emails entrem no inbox ou quero o meu dinheiro de volta!”
Tenha calma. Respire fundo. Ouça bem, pois só vou dizer isto uma vez. O inbox está-se a borrifar para as suas exigências! Porquê? Imagine que alguém que não conhece de lado nenhum exige invadir a sua casa sempre que lhe der na real gana. Gostava? Ora é precisamente isso que o Gmail, Outlook.com, Yahoo e afins pensam de si. A pergunta a fazer é…
- “Como posso melhorar a minha eficácia de entrega?”
Eis uma questão bem mais ponderada, e aqui já o seu fornecedor de email marketing pode ajudar. Imagine-o como se fosse um carteiro que entrega pessoalmente uma carta sua ao porteiro de um condomínio fechado. Esse porteiro (ou seja, o Gmail, Yahoo, etc.) só deixará passar a carta depois de verificar que: – o envelope está devidamente selado e endereçado; – um morador do condomínio pediu expressamente para receber essa carta; – esse morador gosta imenso de ler as suas cartas e tem-nas aberto e lido sempre que as recebe.
O fornecedor de email marketing deverá tratar automaticamente do envelope, bem como providenciar formulários de inscrição para garantir que só recebe a carta quem de facto pediu para recebê-la. Mas o interesse desses destinatários pela sua carta depende inteiramente do que lhes tem a dizer! Como é óbvio, nenhum porteiro entregará um envelope todo bonito e perfumado a uma moradora que o rasga imediatamente e lhe atira os pedacinhos à cara.
Por isso é que o interesse das pessoas pelos seus emails (também denominado “engagement”) é fundamental! Sim, há intervenções técnicas que podem ajudar os seus envios a obter a preferência dos serviços de correio electrónico. Sim, é preciso ter cuidado ao desenhar o seu email. Sim, existem certificações que contribuem para melhorar a eficácia de entrega. Mas em relação aos grandes serviços de correio (ISP), o que realmente conta é o interesse que as pessoas demonstram pelos emails que lhes envia. Se elas os adorarem, os ISP também. E se os ISP adoram os seus envios, estarão muito mais propensos a deixá-los entrar no inbox.
“Podem dar-me mais 14 dias grátis? Ou um mês inteiro? Ou, vá lá, seis? Só para fazer mais uns testes.”
Claro. Também quer um bombom? Que tal o meu casaco? Ah, espera, já sei: tome, aqui tem a minha carteira. A pergunta a fazer é…
- “Podem dar-me mais algum tempo para testar e ter a certeza de que o vosso sistema é ideal para mim?”
Agora sim, falamos com gente adulta. Muitos fornecedores de email marketing vão na mesma dizer que não, mas ao menos terão a sua questão em conta em vez de simplesmente gozarem com a sua cara. Desde que o seu motivo para pedir a extensão dos testes seja excelente, talvez consiga obtê-la. Parece-lhe desnecessária tanta burocracia só para um teste? Afinal, se um serviço oferece versão Trial a toda a gente, que mal fará testá-lo só mais um bocadinho? É uma ideia compreensível até se aperceber de que com esse Trial a empresa optou por disponibilizar o serviço a TODA A GENTE e arcar com um peso imensamente maior nos servidores e infra-estrutura em vez de jogar pelo seguro e demonstrar o sistema exclusivamente a um punhado de leads qualificadas.
Repare, a empresa está a perder dinheiro agora na esperança de que a transparência dos testes e o passa-palavra tragam mais receitas depois! Além disso, a maioria dos fornecedores de email marketing com conta Trial ou plano gratuito tem um sistema automático de gestão de clientes, pelo que qualquer excepção arrisca-se a travar essa engrenagem. Daí que não seja raro que o pessoal do dept. técnico abomine aqueles clientes mais ariscas que se aninham junto aos comerciais para ganhar uma extensãozinha de testes que acaba por estragar, por exemplo, todo o sistema de facturação. Não tenha o atrevimento de ser esse cliente. E por falar em atrevimento…
“Arranjam-me o número pessoal da linda menina que gere a minha conta?”
Não. “Mas hoje é Dia dos Namor…” Não.